quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Água tremulando

.


Da forma que reconto
O jeito que ouvi contar
Sofreando aqui e ali
Pra ninguém se assustar

Vinha pelo alagado
Tocando dez montarias
Quatro éguas, seis cavalos
Cansados de muitos dias

Viu na água tremulando
O rasto que não havia
Animais se assustando
No silêncio que fazia

Pensou sucuri ou jibóia
No triz de tempo restado
Antes que a criatura
Atacasse todo lado

Veio nuns rodopiados
Pulando em todo lugar
Surgiu dentro dum estrondo
Fez tudo dilacerar

Só o vaqueiro restou
Quase inteiro pra contar
Mesmo ausente da perna
Inda teima em montar

Seu caso ficou falado
Tanto aqui como por lá
No alagado se for
O serviço de passá

Se ver água tremulando
Num silêncio de apertar
Larga tudo sai correndo
Procura aonde chegar








“Amarrei o cipó timbuí
Escondi a ponta do nó
Esperei para ver o que vi
Visagem chorando dó”

.

Nenhum comentário:

Postar um comentário