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.Original aqui:
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Marcos Quinan
Vaqueiro Marajoara
Encantarias, Chulas e Ladainhas
2008
°°°
Revisão
Camilo Delduque, Paulo Fraga
Fotografia
Marcos Quinan
Projeto Gráfico e Edição
Marcelo Quinan
Apoio
Lado de Dentro
°°°
Para:
Jacaré
Preto Juvêncio
Ruxita
Elvira
Alacizinho
Nilson
Celso
e
Joãozinho
°°°
“No coração a gente tem é coisas igual ao que nem nunca em mão não se pode ter pertencente...”
João Guimarães Rosa
°°°
Convidados; Nilson Chaves, Celso Viáfora, Joãozinho Gomes e eu, estivemos no Marajó onde passamos uma semana, embrenhados nas fazendas das margens do Paracauari na perspectiva de conhecer mais profundamente os valores culturais do Marajó e traduzi-los na nossa criação individual ou mesmo idealizar algum trabalho coletivo tendo como foco a cultura da Ilha do Marajó.
Lá freqüentamos a lida do vaqueiro e as pajelanças, ouvimos historias, chulas e ladainhas, recolhendo tudo o que pudesse traduzir o lugar e sua gente.
A idéia coletiva foi de um documentário cuja figura central seria o vaqueiro marajoara que, em nossa observação, sintetiza toda a cultura marajoara – seus modos, as chulas, ladainhas, pajelanças e a solidão que paradoxalmente os une em vez de separá-los. O jeito de lidar com a natureza, com o gado vacum e bufalino e com as águas e a estiagem.
O documentário seria todo narrado pelo vaqueiro centenário Preto Juvêncio e baseado em sua experiência de vida e de seus companheiros de profissão. Escreveríamos o roteiro, as músicas e canções baseadas nesta narrativa.
Lamentavelmente o projeto do documentário não vingou.
Do material recolhido, historias, palavras, modos, crenças, pajelanças, doutrinas, a oralidade, vestimenta, sensualidade, amores, formas de lidar com o trabalho, as encantarias, comidas, remédios naturais etc... transformei num feixe de poemas, sempre com o canto de uma doutrina (canto de pajelança) recolhida e adaptada ou mesmo criadas para funcionar como sabedorias em cada texto escrito, já com intenção de serem musicados, na tentativa de reavivar as chulas e ladainhas marajoaras.
Neles transpiram o vaqueiro marajoara e sua luta cotidiana. A rudeza dentro da harmonia que é sua vida. Seus quereres, fazeres, jeito de falar e a convivência social, o respeito com a natureza e a sabedoria de seus menores modos.
Vez em sempre
Os pés descalços
Calçando o mundo
No lugar que passado
Não é longe
No lugar marajó
Meu sertão
MQ
“Onde índio se escondeu
Quilombola já se escondeu
Curiboca esconde agora”
Vaqueiro Marajoara
Encantarias, Chulas e Ladainhas
2008
°°°
Revisão
Camilo Delduque, Paulo Fraga
Fotografia
Marcos Quinan
Projeto Gráfico e Edição
Marcelo Quinan
Apoio
Lado de Dentro
°°°
Para:
Jacaré
Preto Juvêncio
Ruxita
Elvira
Alacizinho
Nilson
Celso
e
Joãozinho
°°°
“No coração a gente tem é coisas igual ao que nem nunca em mão não se pode ter pertencente...”
João Guimarães Rosa
°°°
Convidados; Nilson Chaves, Celso Viáfora, Joãozinho Gomes e eu, estivemos no Marajó onde passamos uma semana, embrenhados nas fazendas das margens do Paracauari na perspectiva de conhecer mais profundamente os valores culturais do Marajó e traduzi-los na nossa criação individual ou mesmo idealizar algum trabalho coletivo tendo como foco a cultura da Ilha do Marajó.
Lá freqüentamos a lida do vaqueiro e as pajelanças, ouvimos historias, chulas e ladainhas, recolhendo tudo o que pudesse traduzir o lugar e sua gente.
A idéia coletiva foi de um documentário cuja figura central seria o vaqueiro marajoara que, em nossa observação, sintetiza toda a cultura marajoara – seus modos, as chulas, ladainhas, pajelanças e a solidão que paradoxalmente os une em vez de separá-los. O jeito de lidar com a natureza, com o gado vacum e bufalino e com as águas e a estiagem.
O documentário seria todo narrado pelo vaqueiro centenário Preto Juvêncio e baseado em sua experiência de vida e de seus companheiros de profissão. Escreveríamos o roteiro, as músicas e canções baseadas nesta narrativa.
Lamentavelmente o projeto do documentário não vingou.
Do material recolhido, historias, palavras, modos, crenças, pajelanças, doutrinas, a oralidade, vestimenta, sensualidade, amores, formas de lidar com o trabalho, as encantarias, comidas, remédios naturais etc... transformei num feixe de poemas, sempre com o canto de uma doutrina (canto de pajelança) recolhida e adaptada ou mesmo criadas para funcionar como sabedorias em cada texto escrito, já com intenção de serem musicados, na tentativa de reavivar as chulas e ladainhas marajoaras.
Neles transpiram o vaqueiro marajoara e sua luta cotidiana. A rudeza dentro da harmonia que é sua vida. Seus quereres, fazeres, jeito de falar e a convivência social, o respeito com a natureza e a sabedoria de seus menores modos.
Vez em sempre
Os pés descalços
Calçando o mundo
No lugar que passado
Não é longe
No lugar marajó
Meu sertão
MQ
“Onde índio se escondeu
Quilombola já se escondeu
Curiboca esconde agora”